Como todas as coisas demandam comparações, é inevitável viver em um mundo sem realizá-las. Elas podem ir das mais simples às mais complexas. Comparações são uma forma de mensurarmos nossa satisfação pessoal e alimentarmos nossa vaidade, pois, sem elas, seríamos incapazes de evoluir. Para ilustrar essa ideia de maneira prática, apresento um exemplo simples para aqueles que ainda não compreenderam onde quero chegar.
João e Paulo ingressam no mesmo emprego, ambos recebendo exatamente o mesmo salário, embora desconheçam esse fato. João é alguém que vive o presente intensamente, gastando, se divertindo e aproveitando a vida. Paulo, por outro lado, adota uma postura mais reservada, poupando para garantir um futuro mais estável. No entanto, ao observar João desfrutando da vida (ou ao menos aparentando fazê-lo), Paulo compara sua própria rotina de sacrifícios e, ao concluir que João parece extrair mais prazer da existência, decide abandonar algumas de suas restrições.
Nunca foi sobre o que Paulo deveria fazer para se parecer com João. Essa analogia serve apenas para demonstrar o impacto da comparação. O ponto central é que ambos estavam corretos dentro de suas próprias perspectivas, pois viviam aquilo que, em determinado momento, consideravam o melhor para si. No instante em que confrontaram suas escolhas, passaram a reavaliá-las e adotaram novas atitudes, hábitos ou até mesmo valores que julgaram mais sensatos.
Perceba que, nesta análise, não utilizei os termos “certo” ou “errado“, pois tais conceitos são inerentemente relativos ao ponto de vista de cada indivíduo. Nossa consciência é uma construção social moldada pelos ambientes em que convivemos, e esses ambientes influenciam diretamente nossos padrões de julgamento. Dessa forma, ninguém tem o direito absoluto de definir o que é certo ou errado para outra pessoa.
Naturalmente, surge a seguinte questão:
— E as leis? Elas não são uma definição objetiva do que pode ou não pode ser feito?
Embora esse argumento tenha mérito, ele não é uma verdade absoluta. A sociedade estabelece conjuntos de regras que denominamos leis ou decretos, mas, para compreender sua natureza, é necessário voltar no tempo, mais precisamente à época medieval. Durante esse período, as leis eram determinadas conforme a vontade da monarquia, que representava a voz suprema do poder vigente. Em outras palavras, as normas eram criadas de maneira altamente parcial e visavam, em grande parte, proteger os interesses da elite governante. Muitas dessas regras estavam intrinsecamente ligadas à manutenção da ordem e à garantia da produção de bens e serviços. Assim, qualquer conduta que ameaçasse esse sistema era imediatamente classificada como errada e, consequentemente, proibida.
Portanto, algo proibido por lei não é necessariamente algo moralmente condenável, mas sim algo que pode ser considerado nocivo para a estrutura vigente. E assim tem sido ao longo da história. A legislação de um país tem como principal objetivo fortalecer o sistema no qual está inserida. Já se perguntou por que algumas leis parecem ilógicas e, ainda assim, continuam em vigor? A resposta é que, embora possam não fazer sentido para o indivíduo, elas possuem um efeito prático indispensável para a manutenção do sistema e de suas aspirações. Em outras palavras, se você se opõe ao sistema, ele inevitavelmente se voltará contra você.
— Mas e se fosse possível pensar além de qualquer sistema?
— E se você crescesse fora das estruturas convencionais?
— E se pudesse viver de acordo apenas com suas próprias vontades?
— E se não fosse obrigado a se submeter às imposições do sistema?
— E se pudesse existir sem se preocupar com o julgamento externo?
Essa perspectiva, embora libertadora, parece inalcançável. Mas… e se fosse possível?
A Nova Ordem do Conhecimento.
É exatamente sobre isso que refletimos: a vontade de se desprender do sistema, e não de fazer parte dele. Isso nos levaria ao caos? Talvez. Mas até onde você estaria disposto a ir em nome da liberdade? Você nunca lutou por isso porque não sabia que era uma possibilidade. Afinal, que loucura seria essa: viver fora de qualquer sistema?
Sim, não há nada que funcione sem uma estrutura. Por isso, a NOVA ORDEM DO CONHECIMENTO propõe-se a ser um novo sistema. E, como em todo sistema, aqui reinam nossas próprias leis e regras. Somos governados por nossos semelhantes, por aqueles que realmente compartilham de nossos ideais. Imagine um sistema no qual seus pensamentos fossem invioláveis por natureza. Onde você não fosse reprimido por ser quem é. Onde sua liberdade de existência não estivesse sujeita à arbitrariedade de um sistema que não te representa.
E se…
Ass: Oblivion